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Arqueólogos descobrem impressão digital de 43 mil anos; 'Ritualístico'

Pedra descoberta na Espanha revela impressão digital marcada em tinta vermelha que sugere uso simbólico entre os últimos neandertais

Exames microscópicos do ponto vermelho revelaram as espirais da impressão digital neandertal que o formou há cerca de 43 mil anos
Exames microscópicos do ponto vermelho revelaram as espirais da impressão digital neandertal que o formou há cerca de 43 mil anos -

Publicado por Lucas Veloso

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Uma pedra marcada por um ponto vermelho encontrada em uma caverna na Espanha acabou revelando a impressão digital humana mais antiga conhecida, datada de 43 mil anos. Ela pertenceu a um jovem neandertal.

A marca foi encontrada no abrigo rochoso de San Lázaro e descrita em um artigo publicado na revista Archaeological and Anthropological Sciences no dia 24 de maio.

O achado, conduzido por arqueólogos da Universidade Complutense de Madri, não representa uma marca aleatória e os pesquisadores suspeitam de que a prática possa ter feito parte de um ritual.

Como é feita uma escavação arqueológica?

Planejamento e pesquisa: antes da escavação, arqueólogos estudam locais que podem ter peças de interesse histórico, especialmente cavernas funcionarem como abrigo natural contra a chuva. Após definirem as áreas de interesse com base em indícios prévios, eles obtêm autorizações legais e organizam a logística da investigação no local.

Escavação controlada: a escavação é feita em camadas, com ferramentas precisas, especialmente pás de precisão e pincéis. As descobertas arqueológicas estão tipicamente enterradas sob camadas de solo devido ao processo natural de sedimentação ao longo do tempo (a poeira se acumula até enterrar objetos). A atividade humana, como agricultura e construção, também contribui para o acúmulo de solo em áreas onde sítios arqueológicos podem estar localizados.

Retirando os objetos: cada achado é documentado com fotos e identificadores para análises laboratoriais mais precisas. O solo é peneirado para recuperar pequenos artefatos e amostras, garantindo o máximo de informação possível.

Registro e análise: Todo o material coletado é limpo, catalogado e analisado em laboratório. É nesta etapa do processo que os achados são datados. Os dados ajudam a interpretar como as pessoas viviam no ado, além de encontrar ossadas de indivíduos e animais. Por fim, os resultados são publicados, e os achados podem ser preservados em museus ou centros de pesquisa.

Pedra com utilidade ritual - A rocha de granito foi descoberta em 2022 afundada no solo ao lado de algumas ferramentas rudimentares também associadas ao uso por neandertais. Medindo 21 centímetros, a pedra é a única que não apresenta sinais de uso funcional.

Ao invés disso, exibe três reentrâncias e um ponto ocre vermelho que sugerem uma semelhança com um rosto humano, segundo a hipótese dos pesquisadores, ou pelo menos elementos que sugerem intenção estética ou ritualística com a peça.

A combinação de pigmento e semelhança morfológica levou os pesquisadores a teorizar que a pedra poderia ter sido usada em contextos rituais ou representativos. A pigmentação, aplicada diretamente sobre a superfície do granito, foi identificada como óxido de ferro — um dos pigmentos mais utilizados na arte rupestre atribuída aos neandertais.

Esse tipo de uso de cor tem paralelos com pinturas descobertas em cavernas como La Pasiega e Maltravieso, centros de arte rupestre mais conhecidos da Espanha.

A rocha foi identificada como tendo um formato de rosto e o ponto vermelho pintado poderia ser um nariz
A rocha foi identificada como tendo um formato de rosto e o ponto vermelho pintado poderia ser um nariz |  Foto: Reprodução/Archaeological and Anthropological Sciences.

Impressão digital na pedra - Mais intrigante foi a revelação, por análise multiespectral, de uma impressão digital humana sobre o ponto ocre. Invisível a olho nu, a imagem dermatoglifia apresenta detalhes como bifurcações e cristas, formando a mais completa impressão digital já identificada em contexto arqueológico.

A identificação do padrão da digital foi confirmada por análises forenses e reforçada por modelagens estatísticas. Simulações computacionais indicaram menos de 1% de chance de que a disposição entre o ponto vermelho e os recortes ocorresse de forma aleatória.

A metodologia envolveu escaneamento 3D, microscopia eletrônica de varredura e comparação forense de cristas digitais. Esse conjunto técnico aumenta a confiabilidade da interpretação, reforçando a ideia de intencionalidade por parte de quem manipulou a peça.

Simbolismo pré-Homo sapiens - A rocha também não pertence à geologia imediata do abrigo. Proveniente do leito do Rio Eresma, a cerca de cinco quilômetros de distância, ela teria sido transportada intencionalmente por um neandertal. Sua composição rica em quartzo e o tamanho incomum excluem o uso como ferramenta ou arma.

“Se interpretarmos como intencional, isso representa uma forma precoce de simbolização facial”, apontam os autores no texto. Esse padrão, embora rudimentar, sugere que a cognição simbólica, de criar rituais e arte, não era exclusiva do Homo sapiens, como outros trabalhos sugeriram nas últimas décadas.

Descobertas anteriores, como garras de águia trabalhadas e marcas em ossos, desafiam a ideia de uma divisão cognitiva clara entre humanos modernos e seus ancestrais evolutivos.

A imagem facial presente no seixo pode não ser tão clara, mas seu transporte, modificação e decoração indicam propósito. E isso, por si só, terá implicações importantes nas próximas análises da região.

Com informações de: Metrópoles.

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