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Moradores tentam barrar construção de novo aterro em PG

Residentes do local informaram ao Portal aRede que não foram consultados previamente sobre o projeto; lideranças relatam possíveis prejuízos “irreversíveis” ao meio ambiente da região

Banner avisando sobre o evento teria sido publicado horas antes da audiência, afirmam moradores
Banner avisando sobre o evento teria sido publicado horas antes da audiência, afirmam moradores -

Rodolpho Bowens

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Diante da possibilidade de instalação de um novo aterro sanitário na região da Bocaina, em Ponta Grossa, moradores têm se posicionado contrários a esse empreendimento, desenvolvido pela Ambiental Campos Gerais Gerenciamento de Resíduos Ltda. A motivação se deve, segundo os populares, ao não debate do projeto, que teria sido apresentado somente na última terça-feira (4) aos moradores, em audiência pública, no Centro de Convenções Bourbon. Advogados e também lideranças da Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG) têm se manifestado contra a ideia, já que, segundos eles, traria grandes danos ao meio ambiente da região.

Segundo o estudo do novo ‘Aterro Sanitário de Grande Porte’ e de um ‘Aterro de Reservação de Resíduos da Construção Civil’, o espaço ficaria localizado na área da Pedreira Boscardin & CIA, na região do Bocaina. “O aterro foi dimensionado para comportar cerca de 11.502.400,40 m³ durante toda a sua vida útil, distribuído em cinco fases de implantação, bem como o aterro de reservação de resíduos da construção civil, com uma capacidade de aproximadamente 368.166,00 m³”, explica o projeto. Além do lixo de Ponta Grossa, o espaço também receberia resíduos de outras regiões dos Campos Gerais.

Audiência

De acordo com alguns moradores, não há, por parte da empresa responsável pelo empreendimento, desejo em discutir o projeto. Para Isaura de Andrade Aguiar, residente na região, não houve uma prévia comunicação para a audiência pública. Segundo ela, a “população está desesperada”. Conforme a assessoria de imprensa da empresa, banners, uma assistente social e um carro do som teriam ado na região, para avisar os moradores sobre a discussão. Entretanto, os moradores relataram ao Portal aRede que isso não teria acontecido, sendo que, inclusive, nem teriam escutado qualquer carro de som que seja – o banner, informando o evento, teria sido colocado somente na última terça-feira (4), horas antes da audiência pública.

Além dessa situação, Isaura afirmou que essa foi a primeira vez que os moradores foram apresentados ao projeto, logo, não tiveram a oportunidade de estudar a iniciativa. Ainda segundo ela, foi oportunizado somente cinco dias para que os moradores se debrucem sobre o empreendimento e encaminhem as dúvidas ao Instituto Água e Terra (IAT) – a audiência pública pode ser assistida na íntegra clicando aqui. Isaura também lembra que o aterro poderá trazer danos ao meio ambiente, já que ele ficaria próximo ao Rio Tibagi, além de cachoeiras, por exemplo.

Ao ser questionada, a empresa afirmou ao Portal aRede que teria realizado todos os trâmites legais para a realização da audiência, inclusive com publicação em Diário Oficial do Estado do Paraná em 15 de setembro – veja aqui. Ainda, a assessoria de imprensa comentou que não há nada legal que indique que a audiência pública deva ser realizada no Poder Legislativo Municipal, por exemplo. “Tivemos uma audiência para discutir o aterro. Teve uma participação popular interessante, quase 200, 300 pessoas compareceram. Entendo que a audiência foi bastante positiva”, disse. Apesar dessa afirmação, os moradores relataram ao Portal aRede que somente cerca de 30 residentes da Bocaina foram ao local, sendo que o restante dos presentes seriam funcionários da empresa.

Lideranças fazem críticas

Para Dona Rita, moradora há mais de 30 anos da Bocaina, os residentes estão insatisfeitos com o projeto. “Sabemos ser um investimento milionário, o qual é bem-vindo, pois irá gerar impostos e renda para a população, mas também trará consigo o agravamento da situação que já acomete aquela população”, lamentou ao Portal aRede. “Pedimos ações contundentes de melhoria de vida da sociedade”, acrescentou.

Outra liderança que se manifestou foi o vereador e presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Indústria, Comércio, Turismo e Meio Ambiente (CAPICTMA) da Casa de Leis de Ponta Grossa, Celso Cieslak (PRTB). Ele esteve presente na audiência e afirmou que os responsáveis pela empresa, bem como do IAT, não procuraram o Poder Legislativo para realizar o evento. “Não recebi nenhum ofício e fui avisado pelos moradores. Não tive o (projeto) de nada. Essa audiência pública nem deveria ser aqui, mas na Câmara Municipal de Ponta Grossa”, comentou. Ele também afirmou que dois engenheiros já estão estudando o projeto e ressaltou que a população de Ponta Grossa “não quer um novo aterro”.

Novamente em contato com a empresa, a assessoria de imprensa afirmou que foram convidadas “as promotorias, a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG), a Câmara Municipal de Ponta Grossa, entre várias outras entidades. Tudo o que aconteceu na audiência será publicado em um relatório”, explicou ao Portal aRede. Diante dessa possível falta de discussão da empresa com a sociedade, moradores, liderados pela advogada Caroline Gubert Simionato, apresentarão um documento repudiando a instalação do novo empreendimento – mais de 100 moradores já am o documento, que deve pedir a nulidade da audiência pública. Existe a possibilidade de uma manifestação também.

Documento fala em danos “irreversíveis” ao meio ambiente

Quem também fez críticas sobre a audiência, que teria sido anunciada à população poucas horas antes do evento, foi o advogado Luis Carlos Simionato Junior. De acordo com ele, a iniciativa do aterro traz um “projeto totalmente desatualizado, não é contemporâneo, fora de todas as normas legais e ambientais. Nos opusemos de todas as formas, até porque não terá nenhum benefício para a comunidade”, destacou.

Representando os moradores da comunidade rural São Lucas (Bocaina), Simionato explica no documento, produzido apressadamente e entregue na audiência pública, “os danos oriundos deste tipo de obra são irreversíveis, além de que, in casu, trata-se de localidade que abarca grande diversidade de moradores, desde fazendeiros a pequenos núcleos familiares”. O texto cita impactos ambientais, “tais como chorume e o biogás”, além inviabilizar a produção de agricultura e pecuária.

Por fim, é relatado os riscos de contaminação do Rio Tibagi, “a fim de demonstrar a insatisfação e discordância dos moradores da localidade, conquanto a eventual instalação de aterro na região, por ser desnecessária, bem como existir forma menos onerosa de sanar este tipo de problema social”, finalizo o arquivo, que pode ser lido na íntegra aqui.

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