Bebê Reborn: até onde vai o apego? Psicóloga explica
Especialista alerta para os riscos emocionais do vínculo exagerado com bonecos hiper-realistas
Publicado: 23/05/2025, 12:16

A febre dos bebês Reborn, bonecos realistas que imitam recém-nascidos, ultraou o universo infantil e conquistou um público inesperado: mulheres adultas que os tratam como filhos. Em entrevista ao Viver Bem, a psicóloga perinatal Mayara Aniskievicz Grokoski analisou o fenômeno e apontou quando o afeto pode ultraar o limite do saudável.
“Esse boom dos bebês Reborn está muito relacionado a uma sensação de falta que muitas mulheres vêm apresentando. É uma forma de suprir o desejo de maternar sem necessariamente ter um filho”, explica a psicóloga. Ela destaca que, embora o lúdico seja saudável, o excesso de afeto pode indicar questões emocionais mais profundas.
Segundo Mayara, há uma linha tênue entre o afeto simbólico e o comportamento patológico. “É comum os adultos terem a possibilidade da ludicidade, assim como os homens, a maioria dos homens joga videogame, as mulheres também podem ter algo que gostem, né? Mas quando começa a entrar nessa questão de levar para o hospital, levar para o pediatra, entrar na fila de gestante, de bebê, isso acaba trazendo malefícios para a sociedade e para própria pessoa”, alerta.
A especialista reforça que o apoio psicológico é essencial nesses casos, especialmente quando os familiares percebem sinais de exagero. “A troca de roupas constante, dar banho várias vezes ao dia, pentear com frequência… tudo isso pode indicar um vínculo excessivo. É o momento de procurar ajuda”, diz.
Mayara também compartilhou que seu trabalho está disponível para acolher essas mulheres com escuta e empatia. “Na primeira sessão, se quiserem levar o bebê Reborn, podem levar. O importante é cuidar da saúde emocional com carinho e atenção”, afirma.
Para acompanhar o trabalho da psicóloga, basta seguir o perfil @psimayaraagrokoski no Instagram. “Lá compartilho meu dia a dia profissional e reflexões importantes sobre o universo da maternidade”, finaliza.